Pesquisa identifica perda de áreas verdes em regional de Contagem

Sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Última modificação: Sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Exatos 4.857.446 m² ou, para se ter uma ideia do que essa medida significa, 695 campos de futebol: essa foi a perda de áreas verdes da Regional Ressaca (Contagem), nos últimos 18 anos. A análise foi feita pelos estudantes do 2° ano do curso de Controle Ambiental do campus Contagem Camilly Vitória Morais e Erick Thiago Araújo, orientados pela professora Andressa de Faria, utilizando o software Google Earth Pro.

Já é sabido que o desmatamento em florestas e em regiões naturais de preservação vem aumentando, porém, o desmatamento nos centros urbanos, muitas vezes, é esquecido e negligenciado, mesmo sendo imprescindível para a regulação do clima local, para a preservação de espécies nativas e para o lazer. “Foi uma surpresa enorme para mim que julgava, a princípio, essa ser uma área que havia sido muito bem preservada ambientalmente”, avalia Camilly.

A pesquisa buscou identificar e quantificar as áreas da Regional Ressaca que tiveram perda de cobertura vegetal no período de junho de 2003 a junho de 2021, além de analisar o potencial do Google Earth Pro como uma ferramenta de análise multitemporal da perda da cobertura vegetal e difundir o uso de geotecnologias gratuitas para análise ambiental.

Com o auxílio do software, as imagens foram sobrepostas e comparadas e, com a identificação e a delimitação desses locais, foi feita uma estimativa das áreas em metros e quilômetros quadrados. O Google Earth Pro foi escolhido por ser muito didático, acessível e bastante popular. A própria Camilly já utilizava a ferramenta como uma forma alternativa para viajar e conhecer lugares sem sair de casa. “Há, atualmente, recursos mais avançados e precisos para monitorar a perda de cobertura vegetal, como o sensoriamento remoto e imagens de satélites, entretanto o Google Earth pode ser usado facilmente”, explica Camilly.

O foco, segundo Erick, foi dar um retorno à sociedade, principalmente para quem deseja se engajar na causa ambiental. “Nossa pesquisa foi pensada e estruturada para ser facilmente replicada por qualquer pessoa, bastando apenas possuir acesso a um computador com internet. E, com qualquer pessoa podendo efetuar sua própria observação de áreas passíveis, ou que ocorreram desmatamentos, a população poderá alertar as autoridades locais sobre desmatamentos ilegais, por exemplo”, estimula o aluno.

Premiação

A pesquisa “Google Earth Pro como ferramenta de análise da perda de cobertura vegetal – Ressaca, Contagem” foi a vencedora da 31ª Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações (META) na categoria “Ciências Humanas, Sociais, Biológicas e da Saúde, Linguística, Letras e Artes” modalidade “Modelo Didático”, realizada em novembro de 2021.

“Queríamos há muito tempo desenvolver uma pesquisa juntos e a abertura de inscrições para a META foi a oportunidade perfeita. Convidamos a professora Andressa para nos orientar, já que havíamos trabalhado com ela em outras oportunidades e conhecíamos como ela gostava de atuar”, relembra Camilly. O trio se reuniu periodicamente por videoconferência para discutir as ideias que surgiram. Erick afirma que a equipe já estava acostumada com as atividades on-line durante a pandemia, mas, mesmo assim, “foi um desafio a interação entre os colegas por ser tudo virtualmente, por vezes, faz falta essa interação presencial para discutir as etapas da pesquisa”.

Acesse o vídeo do trabalho no canal da META no YouTube.

Coordenação de Jornalismo e Conteúdo / SECOM – CEFET-MG