Pesquisa de aluna busca entender o uso e o descarte de sacolas plásticas

Terça-feira, 29 de março de 2022

Última modificação: Terça-feira, 29 de março de 2022

No último dia 2 de março, um grupo de 175 países aceitou que a Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ANUE) intermediasse um acordo global contra a poluição plástica, a partir da criação de um comitê intergovernamental de negociação. Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), dos 460 milhões de toneladas de plásticos produzidos em 2019 em todo o mundo, houve reaproveitamento de menos de 10%.

Atenta a esta realidade, a aluna Gabriela Silva, do curso técnico em Edificações, do campus Varginha, realizou uma pesquisa com o objetivo de entender o atual cenário de uso e descarte de sacolas plásticas e estudar o grau de conhecimento da população sobre a temática, num primeiro momento, e criar um aplicativo para desincentivar o uso de sacolas por parte da população.

De acordo com a professora Cristina Vianna, que orientou o trabalho, o primeiro passo foi saber o conhecimento e a compreensão das pessoas sobre os danos gerados pelos plásticos no meio ambiente, bem como a consciência delas a respeito da produção e consumo dos plásticos no dia a dia. Entre os resultados obtidos, numa pesquisa via formulário on-line, respondida por pessoas de doze diferentes estados do Brasil, mais de 87% dos participantes têm feito uso de sacolas plásticas diariamente.

Outro tópico que chamou atenção nos resultados da pesquisa é que, para mais 95% dos respondentes, o uso de imagens impactantes nas sacolas (como nas caixas de cigarro) poderia minimizar seu uso. No entanto, Cristina alerta para os cuidados de se utilizar dessas imagens: “Apesar da pesquisa apontar que o uso dessas imagens pode desestimular a utilização de sacolas, ainda temos dúvida se essa mesma metodologia seria adequada para os plásticos. Isso porque as sacolas plásticas são utilizadas por crianças e as tintas adicionadas às embalagens não biodegradáveis ocasionarão impactos ambientais, como, por exemplo, alteração da cor e toxicidade em ambientes aquáticos”.

Impactos da pandemia

A partir dos resultados obtidos com os formulários on-line, a ideia foi partir para a segunda parte da pesquisa, de criação e disponibilização de um aplicativo que conscientize as pessoas sobre o uso do plástico.

O aplicativo, conta Herbert Fernandes, coorientador da pesquisa, foi desenvolvido utilizando a ferramenta de desenvolvimento MIT App Inventor. “É um website que nos permite construir apps para o Android utilizando blocos. Estes blocos vão abstrair conceitos de programação utilizando peças de quebra-cabeças, tornando o desenvolvimento mais intuitivo e lúdico”, explica o professor.

No entanto, devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), o app, nomeado de “Ecoplástico”, ainda não está disponível para ser baixado nas principais plataformas de conteúdo. Isso porque, explica a Cristina, ainda é preciso testar sua eficácia com um grupo teste, para otimizá-lo caso seja necessário. “Com a volta das aulas presencias, será mais fácil trabalhar com o grupo teste”, lembra a orientadora.

Sobre o processo de orientação durante o isolamento social, a orientadora conta que a aluna se destacou pela proatividade e que o contato entre a aluna e a professora se deu regularmente por meio de plataformas de conversa virtuais.

META

A pesquisa “As sacolas plásticas no cotidiano” foi apresentada durante a Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações 2021, confira o vídeo.

Coordenação de Jornalismo e Conteúdo – SECOM / CEFET-MG